Uma dezena de horas adentro na campanha de God War Ragnarök me deram a entender que essa não é apenas uma evolução natural do jogo anterior, mas também um passo ambicioso. 

Ragnarok é uma sequência direta que não parece querer reinventar a roda, funcionando nas mesmas bases do game anterior, de 2018. 

Entretanto, ideias novas foram implementadas e outras foram refinadas. Algumas dessas inovações são esperadas, como lugares, novos ataques e inimigos inéditos. Mas foi possível ver, nesse início, que o jogo guarda muitas  surpresas na parte da jogabilidade e nos eventos da história também.

Pai e filho alguns anos depois

Geralmente, as empresas de games criam uma demo para jornalistas e influenciadores jogarem em feiras ou eventos, mas o estúdio Santa Monica decidiu entregar já a versão completa e final do jogo mais cedo, para criarmos um material de primeiras impressões antes da análise final. 

O trecho do qual posso falar nesta prévia vai até o fim de uma missão referenciada nos trailers, em que Kratos e Atreus vão até o reino de Svartalfheim, o mundo dos anões, para resgatar o lendário Tyr — que, pouco antes, eles descobriram estar vivo.

Passaram-se alguns anos desde que Kratos e Atreus mataram Baldur. Isso causou o início do Fimbulwinter, um longo inverno que precede o Ragnarok. Apesar de se respeitarem e terem vencido o estranhamento anterior, pai e filho ainda têm questões a serem resolvidas. 

Atreus, agora, é um adolescente e tem os próprios objetivos, inquietações e até segredos. Kratos, por outro lado, parece um homem mais tranquilo e — a seu modo — mais afetuoso que tenta entender melhor a nova fase do filho. Ele até conversa e aceita conselhos do Mimir sobre como não piorar as coisas, mas sua personalidade de militar espartano o torna ainda bem inflexível.

Atreus esteve investigando santuários secretamente e está determinado a descobrir mais sobre a profecia que o chama de “Loki”. Além disso, ele deseja muito encontrar Tyr, o deus da guerra nórdico que pode ajudar a vencer a guerra contra Odin.

Ao descobrir que o filho estava agindo às escuras, Kratos encontra uma rachadura na confiança entre os dois e, em conjunto com a manifestação de novos poderes de Atreus, eles percebem que ainda têm muito o que trabalhar em termos de relacionamento.

Em adição a isso, como o fim do jogo anterior já indicava, a briga contra os deuses não vai parar. Freya, que era uma das maiores aliadas da dupla principal, quer destruir Kratos por ter matado o filho dela, Baldur. Odin e Thor também não vão deixar os dois em paz. Em parte por vingança em nome dos membros da família mortos, mas também por terem motivos ocultos.

A presença desses novos inimigos marca alguns dos melhores momentos desse início de jogo, que vai desde incríveis trechos de ação até situações quietas de extrema tensão.

Inovações na exploração e combate

Apesar de um breve estranhamento, as poucas alterações na jogabilidade e na interação com o mundo são positivas. Os controles são, essencialmente, os mesmos, mas para quem canonicamente derrotou valquírias e venceu desafios impossíveis, Kratos parece fraco demais nesse início, suando para vencer inimigos humanos. 

A trama tenta justificar essa mudança com o enfraquecimento da magia pelo Fimbulwinter, mas, no fim das contas, a resposta para a incoerência com o desfecho da história anterior é: videogames.

Agora que Atreus é maior, ele também é mais proativo e útil nas lutas. Além de flechas e imobilizações, ele finaliza inimigos e enfrenta alguns sozinhos no combate corpo a corpo. Atreus tem a própria árvore de habilidades e, eventualmente, deve ganhar novos efeitos de flecha. No trecho jogado, ele pode lançar flechas sônicas, que abrem novos caminhos e atordoam inimigos.

God of War: Ragnarok também oferece mais tipos de customização. As peças de armadura, as Lâminas do Caos, o machado Leviatã e até o escudo Guardião e a Fúria Espartana podem ser aprimorados. Ainda estou aprendendo a lidar com o novo menu e inventário, que parece mais desorganizado que o do jogo de 2018, mas pode ser apenas uma questão de costume.

Exceto pelos minigames dos baús Nornir — aqueles dos selos e sinos —, que acho que não precisavam ter retornado, nas primeiras horas, a experiência traz muito frescor. 

As Lâminas do Caos, por exemplo, além de armas, também funcionam como ferramentas que servem para alcançar lugares e mover obstáculos. Isso ajuda a tornar a locomoção mais dinâmica, sem você ter de escalar absolutamente todas as paredes — algo que deixava a exploração do último game meio lenta demais.

Ainda sobre deslocamento, o esquema da bifrost no Templo de Tyr, de God of War 4, oferecia um visual impressionante, mas não era muito prático. Em God of War: Ragnarok, em vez de ir até o templo para viajar de reino em reino, basta usar os portais místicos. Você pode simplesmente usar os portais e ir direto ao lugar que quiser — de um reino para o outro, sem paradas intermediárias. Revisitar áreas e buscar itens colecionáveis vai ser bem menos cansativo, especialmente para os caçadores de platina.

Um espetáculo no PS5

Se os trailers comprimidos no YouTube dão qualquer impressão de que Ragnarok é visualmente igual ao antecessor, de quatro anos atrás, não se engane. Pelo menos no PlayStation 5 , a diferença é imensa — até o momento desta publicação, ainda não testei o novo jogo no PS4.

Modelos de personagens, texturas e iluminação são mais realistas. A quantidade de detalhes nas armaduras e nos cenários é assustadora. Apesar de ter visitado poucos lugares até a publicação desse trecho, pelo menos dois ambientes me deixaram muito impressionado.

No PS5, estão disponíveis dois modos gráficos: o modo desempenho, que oferece, o que parece ser resolução dinâmica escalonada para 4k com 60 quadros por segundo, e o modo gráfico, que traz 4K nativo, traçado de raio (ray tracing) e 30 quadros por segundo. Nos meus testes, o modo desempenho me pareceu muito mais interessante. Quem optar por mais fluidez, vai perder muito pouco de detalhes visuais e pode ter um bom equilíbrio.

E vale mencionar que a resposta tátil do DualSense realmente entrega uma experiência bem gostosa e reflete satisfatoriamente nas mãos várias sensações de situações com combate intenso.

Primeiras impressões

O início de God of War Ragnarök é promissor. Cenas de tirar o fôlego, cenários, personagens e mecânicas novas e visual de última geração. Rumores têm apontado para uma campanha de 40 horas, e ainda tenho muito o que jogar até a review para ter opiniões concretas. De qualquer forma, até o momento, esse parece ser um dos melhores lançamentos do ano. 

No dia 3 de novembro, publicaremos o review completo no site e em nosso canal do YouTube. God of War: Ragnarok chega ao PS5 e ao PS4 no dia 9 de novembro, e, para aqueles que não jogaram o game anterior, é altamente recomendado que o façam — compreender a história vai depender disso.


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God of War Ragnarök
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  • Lançamento

    09.11.2022

  • Publicadora

    Sony Computer Entertainment

  • Desenvolvedora

    Santa Monica Studio

  • Gênero

    Ação/Aventura

  • Testado em

    PlayStation 5