Destiny 2: A Forma Final é a mais recente expansão do jogo da Bungie e marca o fim da "saga de Luz e Trevas", história iniciada no primeiro jogo da série, em 2014. Após tantos altos e baixos, era missão da empresa entregar, ao menos, uma experiência digna para fãs do shooter e, já adiantando, tudo foi entregue. Veja o review completo do DLC.

Campanha digna de aplausos

Depois do banho de água fria dado nos jogadores com a história contada na expansão anterior, A Queda da Luz, a Bungie tinha duas obrigações em mãos: reconquistar jogadores que se afastaram após a falta de conteúdos relevantes e encerrar a saga iniciada em Destiny 1.

imagem de gameplay de Destiny 2: A Forma Final

 

 
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Sem muitos rodeios, a história principal de A Forma Final é digna de aplausos e fica marcada como uma das melhores já contadas pela Bungie. Adentrar o Viajante, reencontrar Cayde e caminhar rumo ao confronto final com a Testemunha são pontos que guiam um roteiro muito bem escrito e cheio de pontos altos, que, com certeza, serão lembrados.

Fugindo de spoilers, A Forma Final é mais que apenas um duelo decisivo cheio de obstáculos e mais uma jornada que foca em pontos como fé, amizade, frustrações e tudo isso se aproveita perfeitamente dos personagens presentes durante a aventura: Zavala, Ikora, Corvo, Cayde-6 e o Fantasma são os únicos que conseguem entrar no Coração Pálido do Viajante junto do Guardião.

Dessa forma, temos o antigo trio de guardiões da Vanguarda reunido, o novo Caçador com vontade de se provar, o jogador e sua fiel dupla, o Fantasma. Todos protagonizam cenas fortes com discussões sobre como prosseguir na luta contra o vilão, momentos nos quais crenças são abaladas, mas também lutas empolgantes, revelações inesperadas e, diferente do que aconteceu em A Queda da Luz: tudo acontece com personagens com os quais fãs se importam.

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De forma geral, a campanha principal de A Forma Final é tomada por uma atmosfera intimidadora, cada vez mais intensa à medida em que o jogador se aproxima do confronto contra a Testemunha. Este, inevitavelmente, como mostraram trailers do jogo, é marcado por cenas com forte inspiração em batalhas repletas de super-heróis como Vingadores, especialmente Guerra Infinita e Ultimato.

O Coração Pálido

Toda a história se passa na nova localização introduzida em Destiny 2. O jogador e personagens envolvidos entram no Viajante graças ao Véu, artefato apresentado em A Queda da Luz e, com isso, passam a vagar no chamado Coração Pálido.

O lugar, embora misterioso, é uma grande recordação de vários caminhos já percorridos pelo guardião, evocando memórias da Última Cidade, da Torre de Destiny 1 e até do antigo Cosmódromo russo, onde a saga começou em 2014.

Embora tudo pareça familiar, as localizações não são exatamente iguais às visitadas anteriormente. Dessa vez, está tudo tomado pelas Trevas. A influência da Testemunha está em todos os lugares e, com isso, o jogador é apresentado a novos desafios, inimigos poderosos e diferentes, mas também a novas ferramentas e aliados.

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De longe, o destaque das adições são os Dread, nova raça de combatentes que se resumem a discípulos da Testemunha. Assim como Rhulk, primeiro aprendiz apresentado em A Bruxa Rainha, os Dread utilizam poderes das Trevas para lutar contra o Guardião, no caso, Filamento e Estase.

Aliado a isso, o Coração Pálido traz também uma série de atividades para o jogador como eventos, chefes, quebra-cabeças e afins e, diferente de Neomuna, o mapa, dessa vez, não fica escondido por uma névoa de indiferença e existe a vontade de explorar cada canto para descobrir os segredos do Viajante.

A grande novidade: Prismática

Desde a primeira revelação, o ponto que mais chama a atenção dos jogadores é a chegada de uma nova subclasse. Prismática é menos um grande pacote de conteúdo inédito e mais uma trava tirada das possibilidades geradas pelas habilidades já conquistadas pelo Guardião até então.

imagem de gameplay de Destiny 2: A Forma Final

 

 
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Como um “mestre da Luz e das Trevas”, o jogador, agora, tem acesso a uma variedade de habilidades de outras subclasses e pode combiná-las livremente, usando uma Super solar com granadas de vácuo, aspectos de estase e por aí vai.

O maior medo da comunidade antes do lançamento oficial era ter a Prismática como apenas uma “faz tudo” das subclasses, sem a possibilidade de ser a melhor em nada. Pois bem, este não é o caso.

A subclasse Prismática não apenas adiciona um novo conjunto de habilidades no jogo e sim dá aos jogadores a possibilidade de carregar tudo de melhor de todos os outros elementos em um grande pacote. Um caçador pode ficar invisível mas amplificado ao mesmo tempo, tudo isso enquanto cria filamentosos com granadas em congelam e dispara sua Golden Gun, por exemplo.

À medida em que jogadores descobrirem novas e mais poderosas combinações, a Prismática irá se aprimorar cada vez mais e, isso combinado com a chegada de itens de classe exóticos com ainda mais aprimoramentos específicos promete uma reviravolta completa na maneira de jogar Destiny 2 (embora desbloquear tudo que há disponível seja uma tarefa desnecessariamente exaustiva).

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O Limiar da Salvação

Raids inéditas são o auge do lançamento de conteúdos PvE de Destiny e, novamente, após a chegada de Raíz dos Pesadelos, decepcionante para muitos devido às suas mecânicas extremamente simples, a Bungie ouviu as reclamações e criou o que pode ser considerada uma das atividades mais exigentes do jogo.

Embora limitado para uma parcela mínima dos jogadores (os que fazem raids), o conteúdo atendeu às exigências dos players mais dedicados, não à toa se tornou a raid que levou mais tempo para ser concluída pela primeira vez, ultrapassando O Último Desejo, da expansão Renegados.

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Novamente, aprendendo com acertos, a Bungie fez da raid Limiar da Salvação essencial para o prosseguimento da história do jogo, mas não diretamente. Após o primeiro time completar a atividade, todos os jogadores puderam participar de uma investida inédita com 12 players contra a Testemunha.

Assim como aconteceu em A Bruxa-Rainha, jogadores casuais não são afastados da experiência de finalizar o vilão, pelo contrário, o time que concluiu a raid ficou eternizado como “o time que feriu a Testemunha” e permitiu o ataque de todos os outros. Uma sacada genial para encerrar a saga de Luz e Trevas, que satisfaz todos os perfis de jogadores.

Futuro em Episódios

Após o fim da luta contra a Testemunha, ou seja, o encerramento da saga de Luz e Trevas iniciada com o lançamento de Destiny, em 2014, jogadores aguardam por uma nova aventura.

O futuro de Destiny, ao menos para o restante de 2024, está nos Episódios, conteúdos que serão lançados posteriormente assim como acontecia com as temporadas anteriores, mas com periodicidade diferente.

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A premissa assume que, após a derrota da Testemunha, objetos de dentro do Viajante foram atirados para fora e aterrissaram em diferentes partes do sistema solar e descobertos por diversos inimigos. Será tarefa do Guardião investigar e lidar com os diferentes males causados por esses objetos.

Embora a promessa seja de uma abordagem diferente para a continuação da história e conteúdos disponibilizados com o decorrer do ano, é decepcionante se deparar com o mesmo modelo ainda assim.

O Episódio 1: Ecos apresenta um novo problema e Nesso e revisita personagens adorados pela comunidade como Failsafe, porém, o prosseguimento é o mesmo. Ao início de uma nova semana é disponibilizada uma breve missão, apresentado um pequeno trecho narrativo e é isso, nada de muito diferente.

Claro, o fã mais assíduo de Destiny 2 continuará investido nas novas missões e histórias, porém, é difícil não esperar algo a mais do que servirá para manter a base de jogadores ativa até o lançamento de sabe-se lá qual conteúdo está planejado para 2025.

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Vale a pena?

Em conclusão, A Forma Final é uma redenção da Bungie e um encerramento em grande estilo. História grandiosa, atividades interessantes e conteúdo de sobra para qualquer tipo de jogador estão disponíveis nesta nova expansão.

Porém, o que antes era motivo para criar um jogador esperançoso com o futuro, pelo menos próximo, de Destiny 2 ou da franquia em si, no caso, os tão falados Episódios, não passa de um nome diferente para um conteúdo que não apresenta nada de tão novo.

O encerramento da saga de dez anos foi primoroso e deixa claro que há muito mais para explorar no universo, mas caso o game continue sem mudanças mais radicais ou nenhuma grande revelação da Bungie que ofereça algo para esperar, esta expansão pode ficar marcada como o último evento grandioso de Destiny.

 
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Destiny 2
  • Lançamento

    08.09.2017

  • Publicadora

    Activision

  • Desenvolvedora

    Bungie

  • Censura

    14 anos

  • Gênero

    None

Nota do crítico