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“O criador está no centro de tudo”, conta executiva do YouTube

Em entrevista exclusiva ao The Enemy, Manuelle Pires revela iniciativas para estimular criadores de games

Por Rodrigo Guerra 08.05.2023 15H30

Criar um novo canal de games no YouTube não é fácil: bolar roteiros, capturar imagens, fazer edições bacanas e fomentar uma comunidade são as principais preocupações de um criador que está chegando na plataforma e também de quem está lá há anos. Porém, segundo a plataforma de vídeos do Google, é o criador que está no centro das atenções do público.

O The Enemy conversou com a plataforma sobre estas iniciativas e como esses criadores podem ganhar espaço neste universo tão concorrido e com nomes gigantes como BRKsEdu, AuthenticGames, TazerCraft e outros monstros do cenário.

Reprodução: YouTube

Segundo Manuelle Pires, gerente estratégica de parcerias e de gaming partnerships no YouTube, diz que o YouTube é uma plataforma que trabalha ativamente em fomentar os novos e experientes criadores de conteúdo: “O que a gente quer garantir aos criadores é que eles tenham um produto mais confiável possível em termos de estabilidade e descoberta, que quando eles abrem uma live, que esse conteúdo seja apresentado para seu público”.

“O que o YouTube está fazendo agora é acertar a mão para a gente conseguir colocar esses conteúdos de frente para o público, que a live seja um ambiente seguro em termos de conexão, entregas, servidor e assim por diante”, conta a executiva.

Manuelle diz que, além de uma estabilidade na plataforma, o YouTube tem formas únicas de fazer com que um criador de conteúdo seja recompensado com seu trabalho “É por isso que a gente está investindo em monetização alternativa, que toda a renda que não vem em cima de anúncios e publicidade, dos vídeos longos. São coisas como ‘Valeu’ e os ‘Super Chats’, ‘Super Stickers’, clubes de membros e assim por diante”.

“É nisso o que estamos investindo, em desenvolvimento de novos produtos, porque a gente sabe que há uma demanda extremamente alta e a gente precisa ter muita oferta dentro da plataforma”, explica a executiva.

Reprodução: Geleia/YouTube

Para você que quer entrar no mundo da criação de games (ou de qualquer outro assunto) no YouTube, é importante saber que a maior parte dos seguidores estão interessados no que os criadores e não apenas no assunto.

“Em Gaming a gente identifica que, não necessariamente vai ser o conteúdo que as pessoas estão pesquisando e sim muito o que o criador fala sobre determinado assunto”, explica Manuelle. “Muitas vezes a audiência está interessada em ver o ‘criador x’ falando sobre um jogo, fazendo um gameplay, falando curiosidades. [...] Hoje em Gaming a gente vê que a combinação do assunto que está em alta com a conexão da visão que o criador sobre esse assunto que vai mover a sua legião de fãs e seguidores”.

Isso poderia explicar, por exemplo, o motivo pelo qual que grupos de criação de conteúdo no YouTube não terem tanta tração, quanto criadores solo. Temos muitos exemplos na plataforma de pessoas como NoBru, Cerol, PlayHard e BRKsEdu que se dão bem, por outro lado, temos poucos nomes de peso quando são diversas pessoas reunidas para fazer este mesmo conteúdo.

“Este é desafio que até mesmo as publishers de jogos têm. Quando a gente joga na busca do YouTube algo, como por exemplo, ‘Hogwarts Legacy’ ou ‘The Last of Us’ ou qualquer outro jogo AAA, não necessariamente o primeiro título que vai aparecer vai ser da produtora, provavelmente será um vídeo de um criador”, conta Manuelle.

Como encarar a concorrência

E como encarar a concorrência? O YouTube tem milhares de canais e grandes concorrentes, mas Manuelle diz que a plataforma tem formas de ajudar quem está chegando com a vontade de ser um criador.

“De fato, hoje em dia existe muita concorrência [no YouTube]. Quando uma pessoa vai criar algo do zero, é assustador, mas eu diria que é em qualquer plataforma, não só no YouTube por que hoje você tem isso aqui na mão [Manuelle mostra um celular]. Criar conteúdo ficou mais fácil. Você consegue criar em qualquer lugar, em qualquer formato sobre N tópicos e, de fato a concorrência é gigantesca. Antes você precisava de ter uma webcam, um computador... era muito mais complexo. Hoje com um celular você consegue fazer um post ou conteúdo”, conta.

“A concorrência é muito maior, mas a gente tem muito mais informação hoje do que tínhamos há 10 anos. [...] É por isso que o YouTube está preocupado em não só em melhorar o VOD, Live, vídeos curtos, porque a gente sabe que tem muita gente querendo virar criador. É uma preocupação da plataforma sabendo que existem novas pessoas, essa nova geração [de criadores] vindo por aí, de dar acesso a essas ferramentas e todos os formatos”.

Reprodução: BRKsEdu/Youtube

“Muitas vezes o conteúdo daquele determinado criador que vai ter mais atração pois, aquele indivíduo, porque aquele criador já conseguiu se consolidar na plataforma com a audiência dele e já tem os números orgânicos e, então, o canal dele já consegue impactar muito mais pessoas – elas estão lá para ver ‘aquela’ visão específica”.

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“Hoje a gente vê o criador no centro do ecossistema inteiro. Hoje na indústria de games temos os publishers, as gaming orgs, as marcas e o usuário final e quem está no centro de tudo, conectando todas essas pontas é o criador, usando o YouTube como centro de conexão”, finaliza Manuelle.


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