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Rio2C 2023 Dia 3: Indústria brasileira e engajamento com o público gamer

Saiba o que rolou nas discussões sobre marcas e engajamento com o público de jogadores, desafios da indústria de games no Brasil e mais.

Por Coelho no Japão 17.04.2023 17H30

Entre os últimos dias 11 e 16 de abril, o Rio de Janeiro se tornou um centro de discussões sobre inovação com o início do Rio2C 2023, o maior encontro de criatividade da América Latina.

Os participantes tiveram a oportunidade de conferir painéis que abordaram temas variados das indústrias criativas brasileiras, além de experiências em Inteligência Artificial, games e educação.

Com uma programação diversificada, o evento reuniu experts em tecnologias como Metaverso, Realidade Virtual e blockchain, além de grandes nomes do universo dos games, como Coringa, Cherrygumms, NinexT, Bertrand Chaverot, da Ubisoft, entre outros.

Confira abaixo os principais destaques do terceiro dia do evento.

As marcas e o engajamento com a comunidade gamer

Rodrigo Coelho

O mundo dos jogos tem se tornado um lugar cada vez mais atraente para marcas que não costumam estar relacionadas a esse universo. E isso faz todo sentido, afinal, os gamers são fiéis e engajados como poucos públicos. 

Natalia Calixto, Diretora de Mídia, CRM, Fidelidade e Insights do O Boticário, e Luiz Alberto Fiebig Junior (Tatu), Líder de estratégia de comunicação e desenvolvimento de produtos para a comunidade gamer do Itaú, trocaram ideias e experiências sobre como as marcas de fora do nicho estão conquistando os jogadores em um bate-papo comandado por Luiz Gustavo Pacete.

Para Tatu, a chave do sucesso é entender o público gamer e desenvolver produtos e serviços específicos para ele. O Itaú, por exemplo, trabalhou em parceria com jogadores casuais e profissionais para criar o Player's Bank, um banco co-criado com a comunidade. 

Porém, as marcas ainda enfrentam barreiras quando tentam fazer ações com empresas e influenciadores de games. Da mesma forma que fazem com a mídia tradicional, a coleta de métricas para determinar o sucesso de uma campanha é diferente. 

Natalia Calixto falou sobre como é difícil alcançar todos os jogadores, já que a mídia está muito dividida e são muitas comunidades diferentes. Ela explica que as marcas precisam ser criativas para conseguir medir o impacto das parcerias, pois o mundo dos games é diferente de outros mercados mais tradicionais.

"Precisamos nos acostumar com a incerteza e devemos buscar formas criativas de mensurar o sucesso de nossos investimentos em marketing, como por exemplo oferecer cupons dentro dos jogos para rastrear as vendas e, assim, compreender melhor o retorno das ações", disse a diretora. 

Tatu complementou: "Algumas ações podem não ter impacto em vendas a curto prazo, mas sim ter efeitos a médio e longo prazo, e é importante acompanhar o impacto de nossas iniciativas no engajamento e na percepção da marca." 

Rodrigo Coelho

A diretora compartilhou a estratégia de O Boticário, que patrocina equipes como a Black Dragons e colabora com a Druid para criar experiências únicas para os consumidores.

O engajamento com a comunidade gamer pode trazer resultados expressivos não apenas para a marca, mas para aquela comunidade também, como quando o Itaú levou os jogos ao Jornal Nacional. 

"Foi um momento de orgulho para a comunidade, que se sentiu representada e valorizada. Esse tipo de iniciativa fortalece nossa conexão com os gamers e gera um impacto positivo em nossa marca", explicou o executivo. 

Tatu e Natália destacaram a importância das comunidades como geradoras de tendências e decisores do futuro: "As comunidades são as verdadeiras criadoras e protagonistas nesse cenário, e é essencial que as marcas estejam preparadas para ouvi-las e aprender com elas", afirmou Tatu.

Natalia resumiu a importância da colaboração e do respeito mútuo entre marcas e comunidades: "A chave é trabalhar lado a lado com os gamers, entender suas necessidades e desejos, e criar soluções que agreguem valor tanto para a marca quanto para a comunidade."

O painel mostrou que, ao compreender e respeitar as especificidades do universo dos games, as marcas podem estabelecer relacionamentos significativos com os consumidores e criar experiências online e offline bem-sucedidas. 

Através do uso inteligente de métricas, parcerias estratégicas e abordagens inovadoras, empresas não-endêmicas como O Boticário e Itaú têm obtido sucesso em suas iniciativas voltadas para a comunidade gamer.

Indústria de Jogos Eletrônicos no Brasil: Desafios e Oportunidades

Rodrigo Coelho

O terceiro dia de Rio2C foi encerrado com um painel que reuniu grandes nomes do mercado de games no Brasil para discutir os desafios e oportunidades do setor.

O Primetime Bemobi contou com a participação de Thiago Diniz, cofundador e COO da Nuuvem, Ricardo Santos, Diretor de Produtos da Bemobi, Gustavo Steinberg, produtor do BIG Festival, e Carolina Caravana, vice-presidente da Abragames.

O painel discutiu como a indústria de jogos no Brasil tem um futuro promissor, com diversas oportunidades e desafios a serem enfrentados. Com o apoio de todos os envolvidos no setor e o investimento necessário, o país tem potencial para se tornar um dos maiores players globais na indústria de jogos eletrônicos.

Carolina Caravana destacou o crescimento expressivo da indústria de jogos no Brasil, mesmo sem grandes investimentos governamentais. Em 2021, a Abragames mapeou mais de mil empresas de jogos no país em 2021, um aumento significativo em relação às 600 empresas registradas em 2018. 

Entretanto, ainda há obstáculos a serem superados. A falta de investimento governamental e a desigualdade no acesso aos jogos em países emergentes são alguns dos principais problemas enfrentados pela indústria brasileira. 

A solução para esses desafios pode estar na colaboração entre desenvolvedores, publishers e empresas locais, bem como no apoio e incentivo do governo. Os palestrantes mencionaram algumas iniciativas que estão tomando para resolver esses problemas e contribuir com que esses desafios sejam superados.

Gustavo Steinberg enfatizou o papel do BIG Festival na conexão entre desenvolvedores independentes e grandes publishers: "Ao trazer grandes e pequenos nomes e publishers, [o BIG] busca trazer um know-how importante para os estúdios, além de ajudar a parte de negócios”. 

Rodrigo Coelho

“Cada vez mais estamos consolidando a parte de B2B [do festival], conectando as empresas que querem comprar um serviço, um jogo ou um estúdio inteiro", finalizou o produtor.

Thiago Diniz compartilhou sua experiência com a Nuuvem, uma plataforma de distribuição de jogos que visa democratizar o acesso aos games na América Latina. 

"Trabalhamos com as editoras para ajudá-las a compreender o público brasileiro, orientando-as na comercialização de seus jogos a preços mais acessíveis e adequados, e ensinando-as a interagir de forma eficaz com os consumidores locais", disse Thiago.

O painel também abordou a indústria de jogos e a monetização dos games. Ricardo compartilhou a história da Bemobi, que começou com a distribuição de conteúdo para celulares, como ringtones e wallpaper, e evoluiu ao perceber a desigualdade no acesso aos downloads de jogos em países emergentes. 

Diante dessa percepção, a Bemobi lançou um serviço de assinaturas de jogos mobile, agregando uma nova forma de monetização para as produtoras.

Thiago, da Nuuvem, destacou a importância de olhar localmente para a indústria de jogos e gerar valor através da conexão com parceiros locais. Além disso, Thiago acredita que o mercado de merchandising de games ainda é pouco explorado no Brasil.

"O Brasil é a região em que o mercado de games mais cresce, apesar de termos uma menor participação em termos de gasto comparado com o mercado mundial", complementou Gustavo, que levantou a crescente participação de empresas não endêmicas no mercado de jogos e a proeminência dos influenciadores como plataforma de comunicação.

Rodrigo Coelho

O mercado brasileiro de games já está sendo reconhecido internacionalmente, visto que o país sendo homenageado na Gamescom, um dos maiores eventos de games do mundo.

Para continuar impulsionando o setor, é essencial que os diversos modelos de negócios sejam conectados e integrados. Eventos como o BIG Festival, iniciativas como a Abragames e o aumento dos estúdios produtores de games nacionais são cruciais para estabelecer conexões e promover o desenvolvimento da indústria de jogos no Brasil.

Rio2C

O terceiro dia da Rio2C 2023 contou com dezenas de outros painéis, incluindo “Game+Esports: Cenário Competitivo no Brasil não para de crescer”, além de sessões de mentoria de games e audiovisual. 

O evento aconteceu até dia 16 de abril, e você pode acompanhar tudo o que rolou na Rio2C 2023 aqui no The Enemy.


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Aliás, somos parceiros do BIG Festival, o principal evento de jogos da América Latina, que aproxima o público com o desenvolvedor de jogos. Vem saber mais!