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Review: Darksiders Genesis

Spin off da série de ação diverte com nova perspectiva, mas não vai muito além

Por Pablo Raphael 21.12.2019 10H40

Num primeiro olhar, Darksiders Genesis pode parecer um RPG de ação no estilo consagrado por Diablo. Ledo engano: basta jogar um pouco para entender que é um jogo de ação bem parecido com seus irmãos mais velhos, mas sob uma nova perspectiva com a câmera fixa e afastada de um "twin stick shooter" mas com as mesmas mecânicas de combate e exploração, ainda que simplificadas.

O jogo da Airship Syndicate introduz poucas novidades à franquia da THQ Nordic: um novo cavaleiro, Conflito, é o protagonista, ao lado de Guerra, do primeiro Darksiders. Conflito é um pistoleiro com aparência quase cibernética e um senso de humor exagerado. Se você jogou Destiny, não vai conseguir deixar de compará-lo com o fanfarrão Cayde-6.

Conflito é o especialista em combate à distância, ágil e rápido, armado com pistolas. Guerra é exatamente o tanque equipado com uma espada enorme que os fãs conhecem, excelente para abater hordas de inimigos no corpo-a-corpo.

Jogando sozinho, você pode alternar entre os dois a qualquer momento, e saber quando usar um ou outro é parte do jogo. Também é possível jogar ao lado de um amigo, tanto em partidas online quanto em tela dividida, cada um controlando um dos cavaleiros.

E, claro, eles têm cavalos. O design das fases é planejado para que você possa cavalgar pelas paisagens infernais, mas, na real, é um efeito mais estético, com tomadas em grande escala que deixam tudo mais épico, mas sem nenhum efeito prático no jogo - grandes porções de nada para percorrer enquanto abate demônios e coleta itens secretos.

Espere por trechos de plataforma e puzzles bem simples entre uma luta e outra. Conforme avançam, Guerra e Confilto adquirem novos equipamentos que permitem alcançar áreas antes inacessíveis, então é sempre bom voltar para estágios já percorridos, para coletar itens e os cernes, que são núcleos de poder obtidos abatendo inimigos.

Coletar, aprimorar e equipar os cernes é a atividade "end game" de Darksiders Genesis, permitindo personalizar e fortalecer os cavaleiros.

As batalhas contra os chefes são divertidas e envolvem usar o cenário à seu favor e decorar padrões de ataque, controlar grupos de inimigos menores e assim por diante. Nada de novo, mas tudo bem feito e agradável.

Genesis funciona como uma introdução ao mundo de Darksiders e não exige conhecimento prévio da franquia - mas os jogadores veteranos vão sacar referências aqui e ali, é claro.

A trama, que envolve um plano de Lúcifer para dar fim à humanidade, e a luta dos cavaleiros para impedir que isso aconteça, é contada em ilustrações que valorizam o traço do desenhista Joe Madureira. Pena que a câmera fixa durante o jogo e o excesso de informação na tela atrapalhem a exploração e o combate, mas sem estragar a experiência de um jogo de ação e aventura bem OK.

Darksiders Genesis está disponível para PC e Stadia. O game chegará em fevereiro de 2020 aos consoles PlayStation 4, Switch e Xbox One.

Nota do crítico