CBOLÃO presencial é como visitar a casa de um amigo

O campeonato de comunidade que já era bom online ficou ainda melhor

Por Clarissa Montalvão 04.06.2023 14H00

O CBOLÃO começou como uma brincadeira entre amigos em março de 2020. Um torneio despretensioso e beneficente de combate ao de Covid-19 de apenas dois dias durante a pandemia. A disputa foi criada pelo streamer e ex-jogador profissional Baiano para reunir virtualmente jogadores e influenciadores de LoL em um momento sombrio de incertezas durante a pausa dos campeonatos oficiais.

Com a mesma seriedade de um futebol de churrasco dos amigos, o CBOLÃO foi criado. A zoeira está tão entranhada no DNA do evento que já começa pelo nome, criado a partir de um trocadilho com o CBLOL, o campeonato brasileiro oficial da Riot Games. O tempo passou e o torneio não oficial se tornou tradição. Mudou a comunidade brasileira para sempre.

Agora em 2023, um novo passo foi dado com o lançamento da primeira edição presencial do torneio do Baiano, que agora é parceiro Omelete&CO, e já no primeiro dia o que era para ser novo pareceu estranhamente familiar. Ser fã de LoL e visitar o Memorial da América Latina, em São Paulo, nesses dias 3 e 4 de junho é quase como visitar pela primeira vez a casa de um grande amigo de anos.

Clarissa Montalvão / The Enemy

Já nos portões de entrada, a cebola símbolo do torneio é vista de longe na área aberta destinada aos food trucks. O símbolo do CBOLÃO se tornou parada obrigatória para os fãs.

Há muitos signos familiares aos fãs de LOL espalhados pelo local. Há cosplays dos personagens, os batekos (que ganharam um upgrade luminoso) para torcer fazendo barulho, a possibilidade de a qualquer momento esbarrar em um famoso andando no meio do público e lojinhas de 5 organizações: paiN Gaming, FURIA, RED Canids, Liberty e INTZ. Com direito a todos os troféus intrépidos de CBLOL em exposição.

E vai além do que seria encontrado em um evento da Riot Games. Em que outra competição um cartaz com os dizeres “só agradece” faria sentido? Melhor só se estivesse escrito “sogrinha” - gíria interna criada pela redução da expressão do banner. A indispensável equipe HB20 dos players coreanos - que já está confirmada na final - em toda edição. E o que dizer do bagre materializado em forma de mascote dominando o palco e absolutamente todo mundo tirando foto com o Vô Corvo? Tudo traz uma familiaridade para um torneio presencial que é “novo” entre muitas aspas.

Até nos bastidores há um sentimento bom de união e confraternização que não acontece em outros torneios. A sala vip reúne jogadores, ex-jogadores e influenciadores, que aproveitam o local para colocar o assunto em dia, como em uma grande reunião na casa de um amigo. Sem exageros, representando bem um grande momento Outback, até porque, são as delícias desse restaurante que estão à disposição no buffet dessa sala.

Não há uma camisa da Ilha das Lendas ou do torneio, mas o sorriso estampado no rosto dos torcedores está sendo amplamente utilizado como um uniforme e já diz tudo.

“A gente foi pra Londres no MSI e o CBOLÃO está dando um gap no MSI. É um abismo! É CBOLÃO (colocou a mão no alto para representar) e o MSI lá no chão!”, revelaram em uníssono Jojo e Julinha, a famosa dupla de torcedoras da LOUD que viajou para Londres para acompanhar a equipe no MSI 2023.

Clarissa Montalvão / The Enemy

E o melhor de tudo é que, assim como na primeira edição, no fim das contas não importa que time vai ganhar. Somos todos campeões, seja quem joga o torneio se divertindo, quem faz o auditório tremer torcendo e o projeto social apoiado pelo torneio. Nesta edição, o escolhido foi a AMPARA Animal, instituição de protetores de animais abandonados e vítimas de maus-tratos. Só nos qualificatórios online foram arrecadados mais de R$ 50 mil e ao final do primeiro dia presencial as doações já somavam mais de R$ 100 mil. Então vem muito mais por aí.

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