Se tem uma coisa que quase todo gamer tem em comum, é aquela sensação de que você não tem tempo pra jogar tudo o que você quer.

Felizmente, tem muito jogo curtinho que você consegue terminar mesmo se você não tem tanto tempo pra jogar no seu dia a dia. Mas quais são os melhores jogos curtos? A gente vai tentar chegar nessa resposta com uma seleção pensada pra você que tá com a vida corrida mas quer continuar jogando.

A gente sabe que o tempo para terminar um jogo é bem subjetivo: o jogo que você termina em 5 horas pode levar 10 ou 2 pra outras pessoas. Então pra essa lista eu adotei um critério um pouco mais objetivo: todos os jogos aqui podem ser terminados em até quatro horas de acordo com o How Long to Beat, que calcula uma média com base em registros de tempo feitos pelos próprios jogadores.

Todos os jogos que estão aqui levam até 4 horas para terminar de acordo com o HLTB, ou seja, dá pra chegar até o fim naquela tarde zona de domingo ou jogando aos pouquinhos ao longo da semana. Feitas as considerações, confira a lista:

 

10 - Untitled Goose Game

A gente começa com o já clássico jogo do ganso, ou Untitled Goose Game, que te coloca na pele de um enfezado animal que faz de tudo pra incomodar os habitantes de um vilarejo inglês.

O objetivo aqui é muito simples: o ganso - no caso, você - precisa tocar o terror roubando objetos e influenciando o comportamento das pessoas através do barulho das asas ou do famigerado "honk".

Ah, e você precisa fazer tudo isso sem ser pego pelos humanos da vila!

O jogo do estúdio australiano House House se destaca justamente pelo senso de humor bobo aliado a uma arte simples, mas muito elegante. E o melhor de tudo é que dá pra cumprir os objetivos principais em até 3 horinhas, segundo o HLTB.

 

9 - Venba

Se tem uma coisa que une esses jogos mais curtinhos é a capacidade de contar histórias comoventes. Esse é o caso de Venba, jogo lançado em 2023 pela Visai Games.

O jogo é inspirado na vida dos pais do designer Abhijeeth Swaminathan, ou Abhi, que se mudaram da Índia para o Canadá. No game, um casal de imigrantes indianos cozinha com o filho para tentar conectá-lo a suas raízes indianas, muito embora ele tenha nascido no Canadá e já seja muito mais adaptado à cultura do local onde vive do que seus pais.

O título se passa em vários episódios ao longo da vida de Venba, e se baseia em recriar receitas familiares indianas sem um livro para dar instruções, e a mecânica de jogo se baseia exatamente nessa tentativa e erro.

Em só uma hora e meia, de acordo com o HLTB, você passeia por esse conto sobre a vida de imigrantes em um país desconhecido e como eles mantém suas tradições familiares vivas. 

 

8 - Unpacking

Fazer mudança na vida real é uma coisa extremamente chata, então é impressionante como Unpacking faz essa atividade se tornar algo agradável.

O jogo se passa ao longo de quase 20 anos da vida de uma mulher, sendo contadas pelos ambientes em que ela viveu. Cada um deles é uma fase, um conjunto de quebra-cabeças disfarçado no qual você precisa desempacotar a mudança e encaixar em estantes e outros espaços.

Enquanto você faz isso, os objetos são responsáveis por dar os detalhes do que ela passou ou está passando em cada momento. O visual isométrico e a arte fofinha dão o toque final nesse jogo, que dura só 1 hora e meia para terminar, um tempo mais rápido do que muita mudança de verdade.

 

7 - Streets of Rage 4

Talvez não tem jogo nessa lista mais nostálgico do que Streets of Rage 4. A DotEMU e a Lizardcube pegaram a franquia clássica de jogos beat em’up da Sega e a modernizou completamente, trazendo vários elementos do gênero de luta, como a possibilidade de manter os inimigos do ar em combos mais longos.

Além da sensação nostálgica de viver uma aventura com Axel Stone e Blaze Fielding mais uma vez, o jogo também conta com novos personagens, modos de jogo e mais, com animações desenhadas à mão e uma trilha sonora de primeira.

O ponto mais polêmico de incluir Streets of Rage 4 nessa lista se dá justamente pelo tempo para terminar. Segundo o HLTB, são três horas, mas isso depende bastante da sua habilidade e, por que não, um pouquinho de sorte nas fases. O que ajuda, assim como nos anos 1990, é chamar um amigo ou amiga para ajudar no co-op.

 

6 - What Remains of Edith Finch

Eu evitei colocar muitos walking simulators nessa lista por que esses jogos por padrão já tem uma duração curta, e se você procurar jogos de curta duração no How Long to Beat vários deles vão aparecer logo de cara. Mas o gênero não podia ficar sem aparecer nessa lista, e escolhi um dos jogos que melhor o representam: What Remains of Edith Finch.

No jogo, você explora uma mansão em uma ilha acompanhado de um material de apoio valioso: o diário de Edith Finch, a última integrante da família que era dona da casa e, de acordo com as crenças locais, era amaldiçoada, por vários de seus integrantes faleceram muito jovens.

Seu passeio se dá pela perspectiva da própria Edith, enquanto ela vai seguindo os passos de cada um dos membros da família em seu último dia de vida. É difícil dar mais detalhes sem dar spoiler, mas o jogo usa várias mecânicas diferentes em sua narrativa, em explicações que podem confundir mais do que solucionar.

Em outras palavras, What Remains of Edith Finch é aquele tipo de jogo que vale a pena jogar sem saber muita coisa. E o melhor de tudo é que a resolução é relativamente rápida: são duas horas de jogo de acordo com o How Long to Beat.

 

5 - Sayonara Wild Hearts

Tem muito jogo que copia a estrutura narrativa de um filme ou de uma série de TV. Mas e se um jogo copiasse a estrutura narrativa de um álbum de música? Essa é a proposta de Sayonara Wild Hearts.

Com uma história baseada nas cartas do tarô, o jogo transforma uma mulher comum em uma heroína utilizando os poderes dos arcanos.

Munida dessas forças místicas, a protagonista enfrentará uma série de fases que, literalmente, correspondem a faixas de música em um CD de 1h30, e a ação é comandada pela batida da trilha sonora.

O jogo de ritmo ainda traz uma identidade visual muito única, e que de uma forma quase sinestésica, combina com as músicas que estão tocando. Se você gosta de um pop alternativo e games do gênero, esse pode se tornar um de seus títulos preferidos.

 

4 - Her Story

Se você quer passar o seu curto tempo de jogo quebrando a cabeça, a melhor opção nessa lista aqui se chama Her Story, um sensacional game de detetive criado por Sam Barlow.

Em Her Story, você precisa desvendar o desaparecimento de um homem. Tudo o que você tem a disposição é um computador com sete entrevistas realizadas pela polícia com a esposa do sumido, Hannah. Só que essas entrevistas estão divididas em clipes e você não escuta as perguntas, só as respostas dela.

Cabe a você juntar esse quebra-cabeças para descobrir a real história por trás do sumiço de Simon, e o envolvimento de Hannah nessa história. Esse é outro jogo que também tem reviravoltas sensacionais das quais eu não posso falar muito para não estragar a surpresa, então fica de novo a recomendação de ir jogar sem saber muito sobre Her Story.

Mais uma vez, a duração do jogo depende do quão sagaz você é para montar as pecinhas narrativas de Her Story, mas, de acordo com o HLTB, dá pra fazer tudo isso em apenas duas horas e meia.

 

3 - Journey

Journey é talvez um dos jogos curtos mais famosos de todos os tempos, seja pelo marketing da Sony, responsável pela publicação inicial do título da thatgamecompany no PS3, seja por que sua narrativa profundamente impactante e única conseguiu deixá-lo extremamente famoso.

Journey é um jogo simples. Você está em um deserto e precisa chegar ao topo de uma montanha. Você pode receber ajuda de estranhos, e não tem como se comunicar de nenhuma outra maneira a não ser por sinais sem palavras. É isso.

O que marca Journey é justamente a beleza da jornada. Seja pelos efeitos de luz e texturas muito a frente de seu tempo, seja pela trilha sonora espetacular de Austin Wintory, o game te leva em uma jornada sensorial capaz de evocar inúmeras emoções, da alegria pura a uma tristeza absoluta, sem precisar de uma única linha de diálogo.

E essa jornada toda leva mais ou menos duas horas de gameplay, segundo o HLTB. É tão boa que você vai querer jogar até duas vezes.

 

2 - Inside

O estúdio Playdead se destacou no final dos 2000 quando lançou Limbo, um jogo de plataforma com estilo artístico diferente e uma história assustadora. Alguns anos depois, eles lançaram outro jogo na mesma pegada, Inside, que é um dos melhores jogos curtos de todos os tempos.

Mais uma vez, fica melhor jogar quando você não sabe das surpresas, mas aqui você também tem um título de plataforma em que, sem muito contexto, um garoto está fugindo. A partir daí, você tem uma jornada surrealista repleta de quebra-cabeças e momentos tão impactantes que vão fazer você abaixar o controle e pensar no que aconteceu.

Em três horas e meia, Inside consegue contar uma história única, envolvente e surpreendente, daquelas que faz você criar teorias tentando entender o seu desfecho totalmente imprevisível.

 

1 - Portal

Três horas. Três horas é tudo o que você precisa para jogar, do início ao fim, não apenas o melhor jogo curto desta lista, mas um dos melhores jogos já feitos.

Portal é uma experiência simples, um jogo de tiro em primeira pessoa em que você é uma cobaia em um experimento para testar uma arma capaz de criar conexões entre dois pontos do mapa por meio de portais. A partir daí, prepare-se para quebrar a cabeça com física e geometria em uma série de desafios que, no mínimo, vão te fazer se sentir mais inteligente.

A história de Portal não é tão elaborada quanto a de sua continuação, mas o jogo também é cheio de carisma, seja nos robozinhos que compõem os experimentos realizados na Aperture Science, quanto no carisma diabólico de GLaDOS, a inteligência artificial que te guia durante o experimento.