Marvel Rivals era um dos jogos que estava mais ansioso para jogar no Play Days do Summer Game Fest 2024. Nunca fui um jogador tão assíduo assim de Overwatch, mas já gastei umas boas horas no game da Blizzard, e a possibilidade de transportar isso para personagens clássicos da Marvel parecia uma ótima ideia, mas depois de uma sessão de gameplay já fiquei mais receoso com o game.

A começar pela forma que a sessão foi feita. Normalmente, em eventos como esse, um representante da desenvolvedora, seja um assessor ou até um programador do jogo, te explicam os básicos do gameplay e dão algumas dicas de como aproveitar melhor o título. O teste de Marvel Rivals não teve esses protocolos, e simplesmente fui alocado a um computador para jogar — e a partida já estava rolando, vale citar.

Falando do game em si, tudo lembra muito Overwatch. Desde os shaders gráficos até a identidade visual no display de habilidades, e especialmente o design dos mapas, que são repletos de corredores que se interligam e, claro, possuem pontos um pouco mais escondidos onde é possível se curar.

Imagem de divulgação de Marvel Rivals
Divulgação/NetEase

Claro, a dinâmica das partidas também segue a mesma tônica. Carregar um pacote até determinado ponto do mapa, ou dominar uma área específica são modos clássicos do shooter da Blizzard e de vários outros títulos do gênero, e eles se repetem em Rivals.

Dito isso, as comparações com Overwatch não são necessariamente ruins. Apesar de não viver grande fase e do lançamento esquisitíssimo de Overwatch 2, o jogo foi escolhido como GOTY em 2016 e até hoje mantém uma audiência bastante fiel. A gameplay, afinal de contas, era divertida e variada o suficiente para garantir o sucesso.

Marvel Rivals acerta de raspão nisso. Cada personagem é bastante distinto, mesmo dentro das diferentes classes. Heróis focados em ataque podem tanto ter ataques corpo-a-corpo, como Magick e Homem-Aranha, quanto preferirem combate à distância, como Homem de Ferro e Justiceiro.

LEIA MAIS

A dinâmica das partidas também é interessante e, por meio de recursos como prorrogação, dá sobrevida a jogos que estão praticamente perdidos. Foi possível sentir na pele o quanto uma ultimate bem aplicada pode virar completamente a maré do game, e a sensação de que todo jogo era “virável”, não importa o quão ruim estivesse, era constante.

Mas ao longo do gameplay, a sensação de imprecisão nos tiros também era constante. Como pessoa que já gastou seus milhares de horas em Counter-Strike e Valorant, sei bem como é possível transmitir a precisão e a recompensa por mirar no lugar certo. O barulho dos hitmarkers, à la Call of Duty, estava ali, mas parecia mais um acaso do que, de fato, um tiro certeiro.

Imagem de divulgação de Marvel Rivals
Divulgação/NetEase

Em um breve momento em que a lobby teve de ser refeita, vi que o sinal de ping estava vermelho, o que nunca é um bom sinal para jogos online, mas não houve qualquer aviso a respeito, e não houve nenhum outro jornalista, durante a sessão, que parecesse estar incomodado com isso.

Ainda assim, conversando com colegas, ficou nítido que pessoas acostumadas com Overwatch podem ter uma nova casa em Marvel Rivals. O game talvez precise de um pouco de polimento naquilo que torna qualquer shooter bom: o combate com armas, popularmente chamado de gunfight.

Marvel Rivals terá um teste beta em julho, e ainda há tempo para se redimir e me conquistar com um pouco mais. Mas por enquanto, o game ainda é a maior decepção que tive no Summer Game Fest.