Jogamos: Pikmin 4 é a evolução da franquia

A evolução definitiva está a caminho de uma das franquias mais encantadoras da Nintendo. Pikmin 4 é, pelo que tudo indica, o florescimento da inusitada fórmula de estratégia em tempo real introduzida por Shigeru Miyamoto no GameCube, entregando recursos inéditos que somam qualidade de vida e complexidade. 

À convite da Nintendo, o The Enemy esteve entre os primeiros a testar Pikmin 4 no evento de preview realizado em Nova York, nos Estados Unidos – e o sentimento final da experiência é que os jogos anteriores foram apenas uma demonstração do verdadeiro potencial presente no novo capítulo. 

Mudanças de qualidade de vida

O teste foi composto de cerca de 1h15 do game – sendo uma hora em uma expedição diurna da campanha e 15 minutos no novo modo de embate entre jogadores, variação do Bingo Battle de Pikmin 3. 

É uma pena que as principais novidades do jogo – o customizador de personagens, missões noturnas e cenários em casas humanas – não estarem disponíveis no preview, os recursos mostrados surpreendem ao aprimorar consideravelmente a experiência dos jogos passados. 

Foram mais de 10 anos de espera entre o terceiro e quarto capítulo da franquia e, ainda bem, neste período o time de desenvolvimento absorveu elementos do ecossistema atual de jogos que adicionam qualidade de vida e complexidade bastante bem-vindas. 

Agora, o jogador terá suas habilidades multitarefa testadas em diversas missões simultâneas, que vão de coletar tesouros, resgatar exploradores e localizar o Capitão Olimar. 

As ramificações da main quest podem ser selecionadas como objetivo principal a qualquer momento no tablet, que serve de menu principal do jogo. Lá também estão a enciclopédia de Pikmin 3 e outros recursos que permitem que o jogador organize sua estratégia. 

As ferramentas de qualidade de vida estão nos pequenos detalhes, como o fato que agora a mira do jogador na tela mostra a quantidade de Pikmin de determinada espécie que restam para serem arremessados. 

Reposicionada para ficar na altura do personagem, a câmera foi alterada para ser satisfatoriamente maleável em relação à visão aérea truncada dos capítulos anteriores. Talvez o recurso mais amigável de todos, o jogador terá a opção de retroceder o tempo para reverter grandes catástrofes com seus Pikmin. 

É perceptível o esforço do desenvolvimento em, mais do que em capítulos anteriores, oferecer uma experiência confortável que receba um público amplo de jogadores, inclusive os recém-chegados à franquia. 

Um bom garoto

Colaborando consideravelmente para uma experiência mais confortável está Oatchi (ou, na versão em português do Brasil, “Otchin”), o cachorrinho alienígena que acompanha o explorador na missão de resgate. 

Além de servir de montaria para atravessar corpos d’água e grandes extensões rapidamente, Otchin consegue guiar o jogador até objetivos espalhados pelo mapa. É possível comandar o cachorrinho para seguir o cheiro de sobreviventes e tesouros – sim, doram-se os dias de se ver sem rumo em busca do próximo objetivo. Um bom garoto, com certeza.

Mais surpreendentemente é o fato que Otchin possui sua própria árvore de habilidades. Ao treinar o cachorrinho com a ajuda da capitã Shepherd, é possível gastar pontos de “Pup Drive” para desbloquear novos recursos para o “cão-panheiro”. Isso permite que Otchin carregue objetos mais pesados, aprimore o dano de ataque infringido e mais. 

Pikmin também recebeu seu próprio sistema de crafting, por assim dizer. Cacos de cor azulada espalhados pelo mapa podem ser coletados e usados posteriormente como matéria prima. 

Após resgatar o cientista Russ, é desbloqueada a opção de transformar esse material em argila que, por usa vez, pode ser moldada para gerar construções no cenário, como pontes que dão acesso à novos locais. 

O cientista também desbloqueia o uso de itens – que, sinceramente, nos fizeram questionar por que isso não era um artifício da franquia antes. Materias recolhidos nas expedições podem ser transformados em itens e equipamentos, como um drone que revela os arredores no mapa. 

Ferramentas antes disponíveis desde o início do game agora estão presas neste “muro” dos itens, tornando as coisas mais interessantes. A habilidade “Charge”, que comanda uma espécie inteira de Pikmin para cima de um objetivo, só é desbloqueada por um item em forma de corneta. O mesmo serve para as roupas resistentes à dano elemental, aquelas coletadas nos cenários em Pikmin 3. 

O retorno das cavernas

As cavernas estão de volta, e ainda melhores. Os trechos subterrâneos de Pikmin 2 retornam com a regra de que o tempo passa seis vezes mais devagar em relação à superfície. À medida que isso garante respiro ao jogador, os  confrontos e puzzles oferecidos são mais desafiadores. 

As duas cavernas disponíveis no preview comprovam que os jogadores podem esperar por variedade. Uma delas era composta de um puzzle de esteiras que só podia ser atravessado ao controlar Otchin separadamente, devido à sua habilidade de investida. 

Os novos Pikmin de gelo, capazes de congelar inimigos e obstáculos, também foram descobertos nas cavernas. Foi com a ajuda deles que revelou-se mais uma novidade de Pikmin 4: será possível aprimorar as cebolas, as curiosas naves que armazenam os Pikmin. 

O novo game estabelece um limite para a quantidade de Pikmin que podem estar no seu grupo ao mesmo tempo. No teste, por exemplo, começamos com o máximo de 20 Pikmin – o que já é uma quantidade razoável –, e esse ilimite foi aumentado em dez unidades após coletar o chamado “flarlic”. 

Outra novidade da cebola é que ela poderá ser movida ao longo do mapa – o que parece indicar que os cenários serão consideravelmente maiores, visto que as naves do Pikmin servem como “base”.

Dandori Battle

Por fim, testamos em primeira mão as chamadas Dandori Battles. O modo versus de tela dividida coloca dois jogadores para se enfrentarem em um mapa com limite de tempo, em que aquele que mais coletar tesouros será o vencedor. 

Apesar de remeter à fórmula das Bingo Battles, há algumas novidades que tornam esse embate consideravelmente mais intenso. Há muito o que acompanhar na tela ao mesmo tempo. Aqueles que não tem tanta facilidade de ser multitarefa vão sofrer um pouco aqui. 

Uma das principais diferenças do modo são as caixas de itens que, no maior estilo Mario Kart, garantem um ataque sortido. A habilidade que lança trovões em área compromete as forças adversárias ao paralizá-las por alguns segundos. 

Mais para o fim da partida, um carrinho com uma bomba surge no cenário, e o jogador que enviar o maior número de Pikmin para carregá-lo garante a chance de explodir a base adversária e garantir vantagem em pontos. 

Esse “cabo de guerra” serve para todos os tesouros espalhados no cenário – o maior grupo de Pikmin terá mais força para carregar o objeto para sua base. No fim, as Dandori Battles são uma adição divertida e desafiadora ao ponto de agradar os fãs mais competitivos da franquia. 

Quase um reboot

Ao fim da experiência de Pikmin 4, a impressão que fica é que a quantidade surpreendente de novidades torna este novo game quase um reboot da franquia. Não se engane, continua sendo Pikmin: adorável e bem humorado, mas ainda sim desafiador e inusitado como poucas outras propriedades da Nintendo. 

Aqueles que aguardaram por mais de dez anos para jogar este novo capítulo devem ficar bastante satisfeitos. Ainda mais com a disponibilização de todos os jogos passados no Switch, o momento é de florescimento para Pikmin. 

LEIA MAIS

• 7 games que surgiram de outras franquias
• Zelda: A morte que marca o fim da infância de Link em Ocarina of Time
• Xenoblade e mais jogos de Nintendo Switch com descontos de até 90%

Pikmin 4 chega em 21 de julho para Nintendo Switch. O jogo terá localização para o português do Brasil.    

---

Hey, listen! Venha se inscrever no canal do The Enemy no YouTube. Siga também na Twitch, Twitter, Facebook e TikTok ou converse com o pessoal da redação no Discord.

Aliás, somos parceiros do BIG Festival, o principal evento de jogos da América Latina, que aproxima o público com o desenvolvedor de jogos. Vem saber mais!