Atual campeã mundial de VALORANT e do VCT Americas 2023, a LOUD chegou rodeada de expectativas no Masters Tokyo 2023. A organização já entrou diretamente nos playoffs do torneio internacional e tinha um curto caminho até a conquista do único título de expressão que falta na modalidade. Só que nem tudo saiu como o planejado, e Saadhak e seus companheiros acabaram eliminados sem vencer um único mapa em duas derrotas consecutivas.

Antes do início do Masters, quem não colocava a LOUD entre os favoritos ao título era adepto ao eurocentrismo - como ardiis, por exemplo - ou simplesmente se recusava a estar diante da realidade, que pode ser dura às vezes. A equipe brasileira sobrou na principal liga internacional do mundo e dava indícios de que chegaria com “sangue nos olhos” para fechar o ciclo vitorioso no jogo.

Pois bem, não foi assim. Problemas externos influenciaram no desempenho do time, como expôs Saadhak em entrevista à transmissão brasileira da Riot Games Brasil após a eliminação do Masters. E esses mesmos problemas são bem compreensíveis quando se entende que são humanos e não robôs vestidos de pro players. 

É uma equipe que tem a média de idade de 19 anos. Alguns dos jogadores nunca moraram longe da família, e neste ano são meses longe de toda a estrutura que estavam acostumados no Brasil antes da ida à Los Angeles, nos Estados Unidos, para o início do VCT Americas 2023. “Ah, mas eles são profissionais”. Sim, de fato são e precisam lidar com isso, mas também são humanos.

Em meio a isso tudo e com um curto espaço de descanso sem a oportunidade de ao menos retornar ao país natal, eis uma viagem para o outro lado do planeta, com um fuso-horário e uma cultura diferente. Na grande maioria das situações, o preço que se paga para ser campeão é alto. É preciso abdicar de muitos aspectos para chegar no topo, e a base do time de VALORANT da LOUD sabe muito bem disso.

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aspas cumprimenta tuyz após derrota no Masters Tokyo 2023 (Foto: Liu YiCun/Riot Games)

Só que, para quem está de fora, a impressão que fica é de que a LOUD chegou ao limite mental depois de duas finais consecutivas neste ano. Assim ficou nítido dentro do servidor, quando a equipe esteve irreconhecível e teve performances muito, mas muito ruins. No entanto, é preciso ressaltar que enfrentou dois adversários em plena ascensão.

Acredite se quiser, mas VALORANT também é momento. E tanto Evil Geniuses (EG) quanto EDG chegaram em um momento melhor do que o time brasileiro. Os dois times já estavam mais “quentes” no torneio do que a LOUD, como bem pontuou Less, em uma das justificativas encontradas para explicar a derrota contra a EG.

Na junção de todos os fatores, deu no que deu: apenas 27 rounds vencidos em dois jogos com dois mapas cada. A pior campanha da história da organização na modalidade que, lembre-se, entrou no início de 2022 e já disputou seis finais de lá pra cá (venceu quatro delas).

Mesmo diante de todo o contexto adverso, os problemas fora do servidor e o bom momento dos adversários, os atuais campeões mundiais e do VCT Americas 2023 não podem ser eliminados na segunda competição mais importante do calendário internacional do VALORANT da maneira como foi, sem vencer um único jogo ou sequer um único mapa.

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Definir como “vexame” talvez seja duro demais para uma equipe recém-formada e que esteve em duas finais neste ano, mas até por isso talvez não exista outra descrição melhor: a LOUD fez vexame no Masters Tokyo 2023. Resta agora utilizar o quase um mês e meio de tempo até o Champions Los Angeles, o Mundial do jogo, para voltar a ser aquela LOUD que a comunidade brasileira e internacional conhece.


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